domingo, 25 de abril de 2010

História dos cachorros

Há atualmente mais de quatrocentas raças diferentes de cães, mas todos os cães, independentemente da raça a que pertençam hoje, descendem dos lobos que começaram a ser domados por caçadores humanos há cerca de 12.000 anos, no final da Era do Gelo.

Nesta época, o humano caçador e o lobo competiam pela mesma caça, formando, gradualmente, uma aliança.

A estrutura social das comunidades de lobos é mais próxima com a sociedade humana do que a de qualquer outro animal: é baseada em uma hierarquia de indiví­duos dominantes e submissos, onde cada um está a par de seu status em relação aos outros da comunidade.

Jovens filhotes lobos eram introduzidos em comunidades de caçadores humanos, e ocasionalmente um filhote de lobo de natureza tranqüila e submisso chegava à fase adulta aceitando os humanos como parte da matilha. Por mais que estes lobos tenham ficado mansos e sociáveis em companhia humana, estavam muito longe de serem domesticados - o processo de domesticação foi lento, desenvolvendo passo a passo ao longo de várias gerações.

Enquanto lobos com temperamentos mais calmos procriavam junto à comunidade humana, seus filhotes cresciam em um ambiente protetor, não mais precisando sair e caçar animais grandes. De geração em geração, os lobos mansos foram sofrendo alterações genéticas em relação aos seus primos selvagens, seguindo um processo de evolução e seleção natural respondendo a fatores do ambiente humano.

Mudanças fí­sicas incluí­ram o porte dos animais, o formato do crânio, a cor e textura da pelagem, o tamanho dos dentes e o formato dos olhos. No estágio final da domesticação, os humanos começaram a criar diferentes tipos de cães em um processo de seleção artificial de cor, tamanho, tipo de pelagem, formato das orelhas e rabo, além de temperamento. As primeiras pessoas a desenvolver diferentes raças caninas provavelmente foram os romanos - que tinham cães variados para diferentes propósitos, como, por exemplo cães de caça, cães de guarda, ovelheiros e cães de colo.

História da evolução e domesticação

As origens do surgimento do cão doméstico baseiam-se em suposições, por se tratar de ocorrências de milhares de anos atrás. Uma das teorias sugere que cerca 20% das raças encontradas atualmente surgiram há 10000 anos no Oriente Médio, segundo estudo que envolveu 36 cientistas da Universidade de Califórnia e foi publicado na revista Nature em 18 de março de 2010. Uma das evidências está baseada em achados arqueológicos, já que foram encontrados cachorros enterrados com humanos.

O surgimento teria ocorrido por seleção artificial de filhotes de lobos cinzentos e chacais que viviam em volta dos acampamentos humanos[carece de fontes?] pré-históricos, alimentando-se de restos de alimentos ou carcaças deixadas como resíduos pelos caçadores-colectores. Os seres humanos perceberam que havia certos lobos que se aproximavam mais do que os outros e reconheceram certa utilidade nisso, pois eles davam alarme da presença de outros animais selvagens, como outros lobos ou grandes felinos. Eventualmente, alguns filhotes foram capturados e levados para esses acampamentos humanos, na tentativa de serem criados ou domesticados.

Com o passar do tempo, os animais que, ao atingirem a fase adulta, se mostravam ferozes, não aceitando a presença humana, eram descartados ou impedidos de se acasalar. Deste modo, ao longo do tempo, houve uma seleção de animais dóceis, tolerantes e obedientes ao ser humano, aos quais era permitido o acasalamento e que, quando adultos, eram de grande utilidade, auxiliando na caça e na guarda do acampamento. Isto levou eventualmente à criação dos cães domésticos.
Exemplar em Pompeia: mosaico romano com o aviso Cave canem ("Cuidado com o cão") era um motivo popular nas villas romanas.

Deste modo, postula-se que muitas das características dos cães, como a lealdade ao dono e o instinto territorial e de caça, foram herdadas do comportamento em alcateia característico do lobo. Diz-se também que a importância do cão para o ser humano possa ser muito maior do que imaginamos. Ou seja, com o mesmo a auxiliar na caça e a vigiar acampamentos, o ser humano teve oportunidade de desenvolver a fala, entre outros atributos e superar o robusto Homem de Neanderthal

Os cães aparecem em pinturas pré-históricas de cavernas, em cenas de caça. Através da Arqueologia, foram encontrados inúmeros objectos com cães como motivos decorativos, tais como cabos de faca entalhados com o desenho de um cão com coleira.

Na Mitologia egípcia do Antigo Egipto, os cães também eram mumificados para a representação de Deuses. Neith, esposa de Rá, é a deusa da caça que abre os caminhos, que tem por animal sagrado o cão.

As diferenças entre as raças de cães já eram aparentes na Antiguidade. No Império Romano, os grupos caninos já tinham as suas características básicas similares às de hoje. Molossos, spitzs, pastores, entre outros já eram selecionados por suas aptidões e estrutura. Foram encontradas placas nas casas de Pompéia, com a inscrição cave canem (cuidado com o cachorro), explicitando que os cães já eram utilizados por aquele povo como guardiões, denotando a sua diversidade funcional.

Desde a Idade Média, a imagem do cão encontrou lugar de destaque nos brasões de grandes famílias e também na heráldica.

Desenvolvimento das raças caninas
 
Hoje em dia existem cães de todas os tipos e medidas. Existem mais de 400 raças de cães. Pertencem todavia à mesma espécie, o que quer dizer que todas as raças podem ser cruzadas entre si, e podem ter descendentes férteis.

Todas foram criadas pelo homem. Isto é, o homem decide qual o cão que vai ser cruzado com outro, com o fim de obter as caracteristicas desejadas. O homem está aqui portanto como que a brincar de Deus: "Uma cabeça um pouco mais pequena, umas patas um pouco mais curtas, e umas orelhas engraçadas". Hoje em dia existe uma autêntica indústria canina dedicada à criação de cães, que (dis)forma os cães conforme as intenções e exigências humanas.

Referências utilizadas:
Pedigree
Wikipédia
AnimalFreedom

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